Para além das práticas de cuidado em saúde: o desafio dos modos de cuidar dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs)

Este estudo analisa os modos de cuidar dos ACSs de uma ESF no município de Itaboraí - RJ. Para realizarmos a dada análise, em um primeiro instante, consubstanciou-se estes escritos com um referencial conceitual a fim de clarear a historicidade do ACS no SUS, fragmentos da trajetória do cuidado e uma breve reflexão sobre os modos de cuidado do ACS. Estudo de caráter qualitativo, em que para a coleta dos dados foi aplicado um questionário para a composição do perfil dos ACSs. A técnica do Grupo Focal e os ACSs ainda representaram através de um desenho seus modos de cuidar (Croquis de Cuidado). Participaram da coleta dos dados sete ACSs de duas equipes de saúde da família de uma unidade básica do dado munícipio, seus depoimentos foram gravados, transcritos e analisados. Apreendeu-se que os ACSs reconhecem que sim: são ACSs que realizam o cuidado, principalmente quando dão voz aos usuários. Outro ponto que chama atenção refere-se que eles revelam que aprenderam a cuidar em casa, no dia a dia, nas capacitações e cursos, mas há um predomínio da formação por capacitação, o que ainda demonstra uma fragilidade inerente nesse processo formativo. E em relação aos tensionamentos, destaca-se a falta de recursos humanos e físicos, que são relatados de forma atinada. No entanto, a participação social ainda é imperceptível. E poucas facilidades são expressas. Diante desse compilado de constatações, é possível perceber que os ACSs se reconhecem como cuidadores, ou melhor, que detêm modos de cuidar que são vivenciados no cotidiano de trabalho na ESF, porém a centralidade do modelo biomédico ainda se faz presente.

Data: 
2016
Autor: 
Andressa Ambrosino Pinto