Uma análise dos significados atribuídos pelos pacientes ao diagnóstico de HIV e suas implicações para com a adesão ao tratamento

Esta dissertação de mestrado nasceu da experiência clínica (psicológica) com pacientes soropositivos para HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) ocorridos no INI/FIOCRUZ, objetivando realizar uma análise sobre os significados atribuídos pelos pacientes ao diagnóstico de HIV e como estes se encontram implicados com a adesão ao tratamento. Para tanto, considerou-se a existência secular das relações entre os seres humanos e os agentes infecciosos, destacando a entrada do vírus HIV e sua repercussão nos estudos sobre as doenças infecciosas. Esta relação secular é marcada pela busca de seu controle ou sua erradicação, mas também por significados simbólicos e sociais construídos em torno dos temores de se deparar com a doença e a finitude humana, inscrevendo-se na história subjetiva daquele que recebe o diagnóstico da doença infecciosa (HIV), ganhando um significado singular, mesmo tendo como substrato o meio sociocultural, comum a todos que partilham o mesmo grupo social. A adesão surge neste quadro como uma importante resposta da ciência biomédica para o controle da infecção pelo vírus HIV, todavia diversos fatores atravessam esta ação, entre eles o significado atribuído a este diagnóstico, podendo levar a dificuldades dos pacientes seguirem esta prescrição, mesmo tendo o conhecimento dos riscos para sua saúde, inclusive a possibilidade de óbito. O estudo constou de uma pesquisa bibliográfica realizada conjuntamente com uma investigação de campo através de pesquisa clínico-qualitativa, com a utilização de entrevistas com os pacientes que fazem adesão à TARV (Terapia Antirretroviral Combinada) e os que não o fazem. Buscou-se verificar, por intermédio da Análise do Conteúdo, a relação entre os significados atribuídos por estes ao diagnóstico de HIV e a adesão ao tratamento medicamentoso.

Data: 
2017
Autor: 
Eunes de Castro Milhomem
Orientador: 
José Roberto Franco Reis