Tendências Contemporâneas do Trabalho em Saúde e seus efeitos nos trabalhadores das unidades de terapia intensiva

O objetivo desta dissertação é analisar as tendências contemporâneas do trabalho em saúde no âmbito das Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O ponto de partida para a realização deste estudo foi minha participação na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e na construção dos mapas de riscos (MR) ambientais na UTI na qual trabalho. A escolha da UTI deve-se em parte à carência de estudos sistemáticos sobre este espaço, mas, sobretudo, pela alta incorporação de tecnologia, pelas mudanças na organização do espaço que ela promove, bem como pelas mudanças nos protocolos de atendimento. A proposta, portanto, não é estudar essa UTI, tampouco o hospital ao qual ela pertence, mas pensá-la como representativa das formas de organização do trabalho e, principalmente, das tendências do trabalho em saúde nas UTIs. Utilizei informações do caderno de campo elaborado durante a participação na construção dos MRs como forma de registro pessoal da minha experiência. Este é um estudo qualitativo apoiado na pesquisa documental sobre a regulamentação do funcionamento das UTIs e na pesquisa bibliográfica sobre as tendências do trabalho contemporâneo, a caracterização do trabalho em saúde e os efeitos da intensificação e precarização das relações de trabalho na saúde do trabalhador. Buscou-se compreender como os rearranjos do mundo neoliberal influenciam o setor da saúde, especialmente as UTIs, e quais os seus efeitos para os trabalhadores. Foi possível concluir que as dimensões contemporâneas, apontadas pela literatura especializada do mundo do trabalho, repercutem diretamente nos trabalhadores em saúde nas UTIs, devido ao processo de precarização do trabalho, sua intensificação i(material) e pela precarização nas suas relações e vínculos

Data: 
2021
Autor: 
Roberta de Araújo Lima