SAÚDE MENTAL E RACISMO: reflexões sobre as resistências à contrarreforma psiquiátrica

Essa dissertação parte das inquietações surgidas no cotidiano de trabalho em um Capsi, considerando os efeitos da contrarreforma psiquiátrica em curso, sobretudo, a partir de 2016, que traz à tona os discursos e as retomadas de práticas e ações do modelo manicomial como referencial de atenção na Política Nacional de Saúde Mental. Esse panorama chama atenção para as semelhanças entre a lógica manicomial e a lógica colonial ao longo da formação social, histórica e política do Brasil, tendo por base o racismo como uma estratégia de manutenção e fortalecimento da sua funcionalidade dentro do modo de produção capitalista. Nesse sentido, essa dissertação buscou refletir sobre a relação de saúde mental e racismo no contexto de avanço e resistência à contrarreforma psiquiátrica. O percurso metodológico se deu através de uma abordagem qualitativa, por meio da revisão bibliográfica, documental e análise audiovisual. Este estudo destaca também os mecanismos de silenciamento e apagamento da população negra, principalmente nas principais reformas e lutas que ocorreram no país no campo da saúde. Ao final, elenca e analisa as formas de objetificação e desumanização relacionados a figura do louco e do negro, situando as estratégias de resistência e articulações no enfrentamento das ameaças, opressões e violações de direitos no cenário nacional relacionados à população negra.

Data: 
2023
Autor: 
Sabrina Felipe Serra Monteiro Dutra
Orientador: