Ritos e mitos: as representações sobre o sangue e sua doação

Esta dissertação tem por objetivo identificar e analisar as representações sociais historicamente construídas em relação ao sangue, aí incluídas as condições socioeconômicas dos sujeitos que podem produzir aceitação ou resistência à sua doação. Trabalhando há seis anos no serviço de hemoterapia do Instituto Nacional do Câncer – INCA, vivencio a angústia de perceber que a captação de doadores de sangue mostra-se repetidamente insuficiente para suprir à demanda transfusional necessária ao tratamento adequado dos pacientes onco-hematológicos e/ou vitimados por variados eventos violentos. A minha inquietação busca saber: Quem doa sangue? Por que doa? Por que não doa? Como foi construída a respectiva concepção sobre a doação? Percebi nessa pesquisa a oportunidade de publicizar as representações sociais - valores, princípios e crenças – que podem contribuir para refletir tanto a adesão quanto a resistência à iniciativa da doação de sangue. Trabalhamos com abordagem qualitativa, sob a ótica de um roteiro semiestruturado, tendo por campo de pesquisa o ambiente escolar. Os indicativos do estudo poderão, eventualmente, contribuir para a elaboração e implementação de novas estratégias e políticas públicas que objetivem o necessário aumento da captação de sangue e produção de hemocomponentes para atender de forma plena a demanda transfusional.

Data: 
2017
Autor: 
Marcia Oliveira da Silva
Orientador: