As repercussões da reestruturação produtiva sobre o enfermeiro da estratégia de saúde da família

O capitalismo é marcado por ciclos que trazem consigo diversas formas de reestruturação produtiva. Este trabalho está inserido no contexto da globalização das práticas neoliberais. Parte-se da afirmação de que as reestruturações produtivas postas em prática repercutem negativamente sobre a produção da saúde, ao que aqui interessa, a Atenção Básica à Saúde (ABS) brasileira e sobre os trabalhadores Enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família do município do Rio de Janeiro. Desta forma, tomando como norteador o conceito de precarização do trabalho, buscou-se identificar as expressões da reestruturação produtiva da ABS e seus impactos para a prática do Enfermeiro e compreender como esta prática é afetada pelos efeitos da reestruturação produtiva e as relações de trabalho atuais. A construção desta dissertação parte das concepções do materialismo histórico-dialético e o seu referencial teórico. Sob uma perspectiva qualitativa, realizou-se o levantamento bibliográfico, e a partir da técnica de análise temática, enquanto procedimento metodológico, foi realizado o tratamento do questionário aplicado. Esta pesquisa foi atravessada pelo contexto da pandemia da COVID-19, gerando adaptações conforme a realidade que se apresentada. Contudo, foi possível analisar as percepções de enfermeiros da APS sobre as repercussões deste contexto e discutir como chegam associadas às repercussões objetivas e subjetivas, em sua maioria negativas, como pudemos observar, da reestruturação produtiva da atenção primária à saúde, no município do Rio de Janeiro.