Plano de Mobilização Social pela Educação: o trabalho voluntário na conquista de corações e mentes

O presente trabalho é resultado de uma analise das políticas educacionais que fomentam o trabalho voluntário no âmbito educacional, apontando como essas práticas voluntárias vem sendo formatadas no sentido de corresponder às novas formas de sociabilidade burguesa contemporânea. A experiência de quinze anos no campo do voluntariado, impeliu a realização deste estudo na busca de compreender como as vontades são produzidas e educadas para atender a determinados interesses sociais. Para isso foi realizada, na primeira parte deste estudo, uma análise sobre a prática de ações voluntárias destinada aos pobres no início do século XIV, na Europa. Tais ações serviam tanto para atender minimamente as necessidades dos mais pobres, como também para apassivar possíveis conflitos. Essas práticas vão sendo reconfiguradas nos primórdios do capitalismo, até o desenho das políticas sociais mais contemporâneas.No segundo capítulo, a partir da análise do processo de reestruturação produtiva do capital desde a década de 1970, analisamos a organicidade entre governo, empresariado e organismos internacionais no processo de reformulação das políticas sociais de educação no Brasil, com o intuito de (re) formar a sociabilidade dos sujeitos. Destacamos o quanto a prática do trabalho voluntario era propagada, tanto no campo educacional quanto no empresarial, no sentido de reforçar determinadas formas de viver em sociedade. No terceiro e último capítulo analisamos o Plano de Mobilização Social pela Educação, uma política governamental do Ministério da Educação que não apenas propaga a adesão ao trabalho voluntário como aponta a maneira pela qual este poderá ser desenvolvido. O estudo revelou o quanto a prática de um trabalho voluntário sem reflexão crítica pode atender aos interesses do capital.

Data: 
2014
Autor: 
Priscila Talita Oliveira Silva