Pilares ideológicos do desenvolvimento social “sustentado”: Estratégia das organizações não governamentais (ONGs) para a “captura” da subjetividade do trabalhador

Este trabalho apresenta estratégias de “captura” da subjetividade do trabalhador nas organizações não governamentais (ONGs). Levando em consideração mudanças ocorridas na sociedade com o ajuste neoliberal. É neste cenário que as ONGs se multiplicam na sociedade. Por meio da descentralização das ações do Estado, através de parcerias com o poder público para a realização de políticas sociais. Com a disseminação ideológica da responsabilidade social nas empresas privadas, as organizações encontraram um nicho de mercado para se estabelecerem e garantirem a sua sustentabilidade através da captação de recursos junto a estas empresas comprometidas com o investimento social (financiamentos). Para a realização de ações diversas, as ONGs necessitam de profissionais, com isso tem incorporado um quantitativo de trabalhadores excluídos do mercado de trabalho. A realidade das relações de trabalho nas ONGs é a de vínculos instáveis, baixa remuneração e intensificação do trabalho. Estas organizações utilizam estratégias de construção de identidades e apelo emocional, tanto pela caridade, quanto pelo medo da exclusão, como incentivo para conseguir a adesão dos trabalhadores às suas causas sociais. A disseminação de valores ideológicos como solidariedade, colaboração, co-responsabilização e ajuda mútua, mobilizam os trabalhadores a se empenharem mais no desenvolvimento de suas ações. Esta proposta das ONGs conduz o trabalhador se apropriar da causa de interesse da organização como se fosse sua. Estratégias da gestão social das organizações para a promoção da exploração da força de trabalho.

Data: 
2014
Autor: 
Andréa Maria do Nascimento Silva
Orientador: 
José Roberto Franco Reis