ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: olhares dos trabalhadores da gestão da Região Médio Paraíba do Estado do Rio de Janeiro

Esta dissertação analisa a percepção do trabalhador da gestão da Atenção Primária à Saúde (APS) da Região Médio Paraíba (MP) do Estado do Rio Janeiro (ERJ) sobre a organização do trabalho durante a pandemia da COVID-19. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, em que foi realizado levantamento bibliográfico, seguido de um trabalho de campo, no qual foram entrevistadas oito trabalhadoras que atuam na gestão da APS desta região, desde março de 2020. O material empírico oriundo das entrevistas foi tratado com base na técnica de análise de discurso (AD), entendendo que essa técnica possibilita problematizar as organizações e as relações que estão estabelecidas, pois considera-se a historicidade, as relações sociais, as transformações e as ideologias que permeiam os sujeitos. Entende-se o coordenador da APS como um trabalhador que atua na gestão, que tem responsabilidades técnicas, que durante a pandemia da COVID-19 precisou ainda mais atuar em espaços políticos, mediando e traduzindo suas ações pautadas nas normativas e diretrizes para o seu chefe, o Secretário da Saúde, bem como para a organização das ações da assistência, orientando as equipes que atuam nos territórios. Portanto, relacionou-se toda a discussão da organização da APS na pandemia com o modelo de gestão induzido pelo Ministério da Saúde, o gerencialismo que impacta diretamente na gestão do processo de cuidado nos territórios. O estudo possibilitou identificar as estratégias de contato entre os coordenadores e os trabalhadores da assistência, assim como as iniciativas de espaços democráticos de participação, as potencialidades e os desafios na organização do trabalho da APS na pandemia, a partir dos trabalhadores da gestão.

Data: 
2022
Autor: 
Crislene Faustino Alambert
Orientador: