O USO DO MEDICAMENTO NO TERRITÓRIO DE MANGUINHOS: reflexões a partir do diálogo com os agentes comunitários de saúde

 

Esta dissertação buscou analisar a situação do Uso Racional de Medicamentos no território de Manguinhos a partir da percepção dos Agentes Comunitários de Saúde, enfocando os problemas encontrados em sua atuação no território, na relação com o Serviço de Farmácia e na atuação do Farmacêutico no contexto da Estratégia de Saúde da Família. Tem em seu horizonte compreender as possibilidades e os desafios do trabalho educativo conjunto entre o Farmacêutico da Atenção Primária à Saúde e o Agente Comunitário de Saúde, e assim, potencializar o Uso Racional de Medicamentos na comunidade. A pesquisa foi de caráter qualitativo, a partir de um levantamento bibliográfico, seguindo com um trabalho de campo, realizando entrevistas com 10 Agentes Comunitários de Saúde do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria que atuam no município de Manguinhos no Rio de Janeiro. A interpretação dos dados foi realizada após a transcrição das entrevistas e a construção de um quadro de análise, partindo das percepções dos trabalhadores sobre o uso de medicamentos, o que permitiu destacar os temas: Lógica de atuação do Agente Comunitário de Saúde no território; Percepção sobre o uso de medicamentos no território de Manguinhos; Percepção da Assistência Farmacêutica pelo Agente Comunitário de Saúde; Percepção do trabalho multidisciplinar relacionado ao Uso Racional de Medicamentos na unidade. Os resultados apontaram a sobrecarga de trabalho dentro da unidade de saúde, repercutindo nas atividades relacionadas ao medicamento, o impacto da pandemia de Covid-19 nas atividades assistenciais da Atenção Básica, práticas inadequadas de uso de medicamentos no território e a necessidade de maior integração do Serviço de Farmácia nas ações educativas da unidade. Em suma, salienta-se a relevância deste tema para o campo da saúde pública, contribuindo para futuros debates e pesquisas sobre o Uso Racional de Medicamentos, assunto ainda pouco discutido nesse âmbito, além de almejar construir estratégias para superar o senso comum do medicamento como bem de consumo.

Data: 
2022
Autor: 
Isabella Cristina Lopes de Sousa