O apoio institucional e a democratização em saúde: análise documental

O estudo buscou analisar a percepção dos apoiadores, sobre seu trabalho, enquanto aposta estratégica de gestão que visa acionar novos arranjos institucionais em interface com os processos de democratização em seis territórios distintos. Realizamos a análise documental da II Oficina Metodológica elaborada e executada pelo Laboratório de Pesquisas de Práticas de Integralidade em Saúde (LAPPIS), em parceria técnico-científica com o Ministério da Saúde (MS), no ano de 2012. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com abordagem crítico-dialética, que aponta e discute os desafios e potencialidades inerentes ao processo de democratização em saúde. Identificamos que o apoio institucional tem como diretriz central a democracia institucional e a autonomia dos sujeitos, considerados seus papéis de interlocução e mediação entre os serviços, gestores de diferentes instâncias, usuários, e movimentos sociais. A seleção de fontes documentais e o levantamento da literatura revelam a pertinência do ideário da Reforma Sanitária (RSB), a democratização em saúde, compatível à função apoio. Contudo, são notórias as contradições inerentes ao sistema capitalista que rebatem sobre a plena realização de princípios e diretrizes das políticas de saúde, de modo a impedir uma gestão democrática que assegure a participação dos diferentes atores sociais, e o controle social da saúde como práticas sanitárias de todos os cidadãos. Concluímos que a realização da função apoio, enquanto estratégia de gestão, mostrou-se capaz de redirecionar a lógica gerencial hegemônica expressa pelo neotaylorismo, e alterar suas formas instituídas, como forma de radicalizar a democratização no âmbito da gestão, e formulação das políticas de saúde.

Data: 
2018
Autor: 
Raquel Damasceno dos Santos
Orientador: 
Felipe Rangel de Souza Machado