Mapeamento das práticas dos enfermeiros no atendimento às mulheres em situação de violência de gênero nas unidades básicas de saúde

Pesquisa descritiva e transversal, de abordagem quantitativa que se objetivou em analisar as práticas adotadas pelos enfermeiros no atender mulheres em situação de violência nas unidades de atenção primária à saúde do município de Rio das Ostras, Rio de Janeiro, Brasil. A coleta de dados foi feita mediante entrevista com enfermeiros atuantes nas unidades básicas de saúde e unidades de estratégia de saúde da família, aplicando-se um questionário fechado e seguindo a metodologia KAP (Knowledge, Attitude, Practices). A amostra foi composta majoritariamente por enfermeiros do sexo feminino, de idade entre 31 a 35 anos, estado civil casado, cor branca e com pós-graduação. Verificou-se que o preparo para o atendimento às mulheres em situação de violência pela instituição de ensino superior não foi um elemento positivo. Apesar da maior parte dos enfermeiros relatarem ter identificado mulheres em situação de violência, houve um percentual considerável dos profissionais que afirmaram não estar realizando a notificação compulsória dos casos. Boa parte relatou não haver um protocolo de enfermagem/ de saúde na unidade de saúde para nortear este atendimento. Também foi identificado o predomínio de enfermeiros que não se sentem seguros para atuar no cenário de violência contra a mulher e que consideraram que o atendimento em saúde ao agressor interfere na implementação de ações de empoderamento a mulher. Em suma, esta pesquisa almeja contribuir para o fortalecimento do papel do enfermeiro no enfrentamento a este agravo de saúde pública, identificando os obstáculos existentes visando aprimorar as práticas de cuidado em saúde existentes. (AU)