Formar pra que? Análise da proposta de politecnia e suas relações com a formação dos trabalhadores de nível médio que atuam no campo da gestão do SUS

A presente dissertação aborda as questões referentes à proposta de formação politécnica no campo da gestão do SUS, presente no Projeto Político Pedagógico da EPSJV. Apresenta o contexto em que esta proposta se insere bem como as concepções teórico-metodológicas que a embasam. Neste intento, trata das questões referentes ao processo de organização do sistema de saúde brasileiro que teve seu modelo hegemônico estruturado a partir de uma base de cunho flexneriano. Discorre sobre a estruturação deste sistema de saúde desde seu início, quando teve sua origem marcada pela implementação das ações do modelo de assistência médica originário da organização das CAP’s e dos IAP”s, como origem incipiente das ações da previdência social, dentro do projeto de urbanização e industrialização que se caracterizou ao longo do século XX no Brasil. Nele são apresentados os pressupostos que levaram à organização do movimento pela reforma sanitária que culminou com a proposta de reorganização do sistema público de saúde com a institucionalização, no final da década de 80, do Sistema Único de Saúde – SUS. Apresenta uma abordagem sobre o processo de institucionalização do SUS e de seus principais desafios e as possibilidades de sua consolidação no campo da gestão ao longo da década de 90 e os desafios enfrentados após a virada para o século XXI. Aborda a proposta da politecnia na formação dos trabalhadores que atuam no campo da gestão do SUS, buscando explicitar seus limites e possibilidades a partir da identificação dos principais conflitos expressos na análise do processo de conformação do projeto hegemônico de formação dos trabalhadores inspirada numa cultura de base taylorista/fordista. Busca situar como a proposta de politecnia pode repercutir na formação dos trabalhadores de nível médio que atuam no campo da gestão do SUS, dentro de um contexto organizacional marcadamente caracterizado pelas influências do taylorismo/fordismo e as recentes incursões para a implantação de um modelo de organização nos marcos da produção flexível. Nele é explorado o contexto em que se insere a criação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, com seus marcos históricos, o processo de construção de sua proposta pedagógica e a formulação dos currículos no campo da gestão, apresentando os limites e possibilidades para a formação no campo da gestão do SUS dentro do contexto da politecnia, buscando apontar questões centrais sobre a proposta de concepção do projeto de formação numa perspectiva integral, crítica e emancipatória contida na formulação dos pressupostos político-pedagógicos da proposta de educação politécnica.

Data: 
2010
Autor: 
Gilberto Estrela Santiago
Orientador: