Formação técnica do Agente Comunitário de Saúde: contradições e projetos em disputa na experiência da 2ª e 3ª etapas do município de Recife

Este estudo se debruçou sobre o cenário, as contradições, e as intencionalidades políticas que permeiam a Política de Formação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), institucionalizada a partir do ano de 2004. O objetivo foi analisar os processos e relações que levaram o município de Recife a realizar a 2ª e 3ª etapas da formação técnica dos ACS nos anos de 2011 e 2012 para cerca de 1.500 trabalhadores. Trata-se de um estudo qualitativo, com referencial metodológico crítico, histórico e dialético, realizado por meio de análises de documentos e entrevistas com perguntas semiestruturadas, junto à sujeitos chaves na estruturação do da 2ª e 3ª etapas do curso Técnico de ACS nessa localidade, utilizando para análise dos dados a técnica de análise de conteúdo a partir do referencial de Bardin. Visou-se, através das informações colhidas, mapear as forças políticas envolvidas neste processo e que protagonizaram disputas neste cenário, utilizando o conceito de Hegemonia trazido por Antônio Gramsci como aporte teórico à essa compreensão. Os resultados expressaram a existência de quatro forças políticas disputando o processo formativo, alinhadas à concepções de políticas de Saúde que incidiram historicamente na formulação deste trabalhador. Os movimentos das alianças realizadas entre essas forças políticas foram decisivos na materialização da conclusão do curso. Espera-se, que este trabalho possa fomentar discussões sobre os rumos da política de Formação desta categoria, na perspectiva de contribuir para a construção de ações concretas para sua materialização enquanto Política Pública.

Data: 
2015
Autor: 
Gustavo Rêgo Muller de Campos Dantas