Entre a caserna e o hospital: uma reflexão sobre a identidade profissional dos alunos do curso de enfermagem da Escola de Saúde do Hospital Naval Marcílio Dias

Trata-se de um estudo que teve como objeto a identidade profissional dos alunos militares que ingressam no curso de enfermagem na Escola de Saúde do Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD). O objetivo foi analisar o processo de construção da identidade a partir da identificação dos elementos identitários envolvidos nesse processo, bem como das concepções dos alunos sobre a identidade profissional do auxiliar de enfermagem militar. Optou-se por uma abordagem qualitativa de pesquisa, utilizando-se a entrevista semi-estruturada como técnica de coleta de dados. Foram entrevistados 09 alunos do curso de Aperfeiçoamento em enfermagem. No tratamento dos dados utilizou-se a análise de discurso com uma adaptação da proposta de Bardin (1988). Verificou-se que os alunos se encontram na faixa etária de 29 a 31 anos, com uma média de 11 anos de serviço militar e 5 anos de serviço na enfermagem. Emergiram dos discursos seis categorias 1-A carreira militar e seus significados 2- O contexto militar permeando a escolha e atuação profissional na enfermagem 3- Como vivem e falam sobre a condição de pertencerem a uma profissão historicamente feminina 4-Ser enfermeiro e as relações familiares 5- As perspectivas na vida profissional 6- A identidade utilizada no cotidiano. Concluiu-se que a identidade militar é o aspecto mais marcante na vida dos entrevistados, sendo a enfermagem vista como uma especialidade dentro da carreira militar, a enfermagem foi uma prioridade de escolha dentre os cursos oferecidos pela Marinha devido às vantagens de não embarcar e por ser um serviço menos braçal. Os fatores como estabilidade e segurança surgem como pontos positivos da carreira militar e não existem conflitos por pertencerem a uma profissão majoritariamente feminina, pois o ambiente militar é predominantemente masculino, o que os deixa em uma posição confortável.