A Enfermagem na lógica da hierarquização, da divisão social e técnica do trabalho na sociedade capitalista: evidências da precarização no processo de trabalho e no processo formativo do trabalhador de Nível Médio

O cuidado em saúde é um trabalho antigo praticado em todas as civilizações por pessoas do convívio social com diferentes saberes. Da evolução desse trabalho surgiu a enfermagem que no século XIX foi instituída como profissão. O caminho percorrido por esta profissão esta permeado de contradições sociais e econômicas que se expressa na divisão social e técnica do trabalho. Por meio de pesquisa qualitativa, descritiva realizada em Artigos, Dissertações, Teses, Leis e obras literárias busca compreender a prática do cuidado em saúde nas antigas civilizações, e, posteriormente compreender o processo de trabalho da enfermagem a partir do inicio do século XX no Brasil até a atualidade, com ênfase nos períodos de 1970/90 no qual vamos buscar compreende o trabalho como processo educativo nos programas de formação dos trabalhadores, sendo eles o Programa Intensivo de Preparação de Mão de Obra (PIPMO) e o Projeto Larga Escala. Outro objetivo é compreender o trabalho da enfermagem no sistema capitalista aonde vamos nos deparar com a precarização do trabalho evidente em todos os segmentos do labor a partir da reestruturação produtiva iniciada na metade do século XX. Neste sentido a desregulamentação do trabalho na enfermagem têm suas raízes no trabalho hierarquizado e parcelado e como consequência a sobrecarga de trabalho para os profissionais de nível médio. A precarização das relações de trabalho na área da enfermagem em tempos atuais toma maior proporção com as terceirizações dos serviços de saúde, sendo este modelo de gerenciamento o que mais expropria do trabalhador seus direitos conquistados ao longo dos tempos. O ensino flexível e dual, em conformidade com as necessidades do mercado de trabalho também favorece a desregulamentação do trabalho nesta área. Concluímos que a enfermagem como categoria de trabalhadores é heterogenia e para enfrentar a desregulamentação do trabalho os profissionais devem se organizar junto às instituições que tem poder de negociação e reivindicação assim também aos órgãos que regula e fiscaliza a profissão.

Data: 
2018
Autor: 
Maria Osória de Oliveira Silva