As trajetórias dos trabalhadores da Vigilância em Saúde no Brasil e suas relações com a valorização profissional

O presente estudo analisou a percepção dos trabalhadores da vigilância em saúde sobre sua valorização profissional, buscando identificar especificidades relacionadas aos aspectos da valorização nas trajetórias desses trabalhadores inseridos no Sistema Único de Saúde. Esta pesquisa tomou por base 21 (vinte e um) entrevistas realizadas com os trabalhadores da vigilância em saúde nas cinco regiões do Brasil. O estudo teve como instrumento de coleta de dados um roteiro capaz de captar a história de vida profissional dos trabalhadores e outro roteiro para realização do grupo focal com questões-chave que privilegiaram os aspectos da valorização profissional. Esses roteiros buscaram abarcar as percepções das razões de mudanças, paradas e retornos na trajetória educacional e ocupacional, ou seja, o percurso interno do trabalhador da vigilância em saúde no SUS. Além disso, este estudo foca nos aspectos relacionados com a valorização profissional, no sentido da percepção do significado do que é ser trabalhador da vigilância em saúde para esses entrevistados. Assim, a pesquisa investigou planos ainda pouco explorados na categoria trabalho e educação em saúde com seu recorte no campo dos trabalhadores da vigilância em saúde no que diz respeito aos aspectos da valorização profissional, ou seja, o valor que os trabalhadores atribuem à sua formação e ao seu trabalho. Os resultados desta pesquisa evidenciaram que as trajetórias desses trabalhadores são caracterizadas de forma muita aleatória pela falta de exigência de formação específica para inserção nessa área e pela busca na estabilidade no serviço público. Valorizam a formação que receberam durante as suas atividades laborais, as condições de trabalho, o seu reconhecimento e as relações interpessoais. Além desses pontos, os saberes são bastante valorizados e afirmados nas entrevistas, tais como: as ações educativas, habilidades com leitura e escrita entre outros aspectos. Os resultados obtidos sinalizam também a centralidade do tema para o campo do trabalho e educação no SUS e demonstram como as ETSUS podem aproveitar essas questões que permeiam a vida desses trabalhadores e os seus processos de formação e qualificação.