PROEJA: uma possibilidade de formação omnilateral das classes populares?
Este estudo tem por objetivo analisar a política existente para o ensino integrado entre a educação profissional e o ensino médio na modalidade da educação de jovens e adultos (PROEJA), visando avaliar se esta política favorece a formação omnilateral das classes populares. Inserida no campo das metodologias qualitativas, busca incorporar a questão do significado e da intencionalidade constitutivos dos atos, das relações e das estruturas sociais. Trabalha-se, portanto, o caráter de antagonismo, de conflito, de colaboração; de imbricamento entre conhecimento e interesse, entre condições históricas e avanço das ciências. Busca-se aprofundar a dimensão do social e as dificuldades de construção do conhecimento, sobretudo quando reconhecemos a complexidade da pesquisa no campo educacional. Metodologicamente, realizamos pesquisa bibliográfica sobre a educação de jovens e adultos;análise do documento originário da política de PROEJA; entrevistas semi-estruturadas, com o fito de apreender as intencionalidades dos atores envolvidos na formulação da referida política. O desafio se constituiu em saturar o material analisado de historicidade, delinear as categorias de análise, compreendendo-as como conceitos significantes que elucidam os aspectos relevantes das relações dos homens entre si e com a natureza. Compreendemos que o PROEJA avança no que tange às políticas públicas em educação, à medida em que, não somente destina-se à qualificação para o mercado de trabalho, mas sobretudo, compromete-se com a universalização da educação básica articulada à educação profissional e tecnológica destinada aos trabalhadores/educandos, a fim de lhes possibilitar uma formação política onde possam tornar-se dirigentes – na concepção gramsciana do termo.