A Educação Permanente em Saúde no centro do debate: entre o desafio conceitual e a lógica norteadora das práticas
Este estudo situa-se no campo da problematização sobre a Educação Permanente em Saúde (EPS) e as formas reais dos processos formativos promovidos em serviço no SUS sob esta nomenclatura. O estudo mapeou as aproximações e distanciamentos entre a prática formativa realizada em um município de grande porte com o conteúdo da literatura e dos instrumentos normativos que tratam da formação da força de trabalho destinada a atuar na política de saúde. Partiu-se das percepções sobre o trabalho, suas múltiplas formas de expressão e suas determinações no mundo contemporâneo. Em seguida, procurou-se compreender os pressupostos orientadores da Educação Profissional, ponto de encontro entre trabalho e educação e processo necessário para pensar os percursos formativos para atuar na área de saúde. Metodologicamente, o estudo recorreu à análise das ações ofertadas nos últimos 5 anos pelo Núcleo de Educação Permanente de Macaé/NEPS sob a perspectiva crítico-dialética da realidade estudada a partir das percepções dos profissionais envolvidos em tais processos sob diferentes pontos de vista. Para tanto, foram realizadas entrevistas com profissionais de saúde e outros trabalhadores que tenham participado de algum tipo de ação relacionada à educação permanente. O estudo trouxe à tona achados importantes sobre as questões que permeiam as ações formativas e suas aproximações e distanciamentos do que se pode chamar de Educação Permanente em Saúde (EPS). Os resultados encontrados denotam a falta de capilaridade da EPS, a começar pela própria compreensão do sentido que carrega e dos aspectos que devem ser contemplados em seu campo de atuação. O cenário delineado indica a dimensão do desafio que a política de saúde e seus atores têm diante de si para promover mudanças efetivas nos processos de trabalho que possam impactar a promoção do cuidado.