As consequências da precarização do trabalho na vida escolar do estudante trabalhador da EJA (Educação de Jovens e Adultos)

A dissertação investiga as consequências acarretadas pelo processo de precarização do trabalho, à vida escolar de estudantes matriculados no Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) localizado no bairro da Maré, no município do Rio de Janeiro. Para abordar o tema fez-se necessário analisar as transformações ocorridas no capitalismo, desde as últimas três décadas do século XX, que modificaram profundamente o mundo do trabalho. O capitalismo globalizado, hegemonizado pelo capital financeiro, vem alterando a economia, estabelecendo uma lógica de curto prazo e de volatilidade a todas as demais atividades econômicas e aos modos de gestão do trabalho. A acumulação flexível (Harvey, 2016), que se consolida mediante o fim do modelo fordista, forja outros modos de trabalho e de vida, pautados na flexibilização e na precarização do trabalho. Esse processo atinge os sujeitos da EJA, influenciando diretamente a sua qualidade de vida e a sua permanência na escola. A dissertação se organiza em três capítulos. No primeiro, é feito um histórico da EJA no Brasil discutindo-se a condição de classe trabalhadora de seus sujeitos. Ainda nesse capítulo aborda-se o papel do neoliberalismo e do neoconservadorismo no recuo das políticas públicas voltadas para a EJA. No segundo capítulo discorremos sobre a relação entre a conjuntura econômica macroestrutural com a precarização do trabalho e da vida do estudante trabalhador da EJA, na perspectiva da plataformização/uberização e terceirização do trabalho. No terceiro e último capítulo, os gráficos produzidos através dos questionários e das entrevistas são analisados à luz de estudos produzidos por pesquisadores da EJA.